Em Portugal, a espécie vive uma situação gravíssima, que designamos por pré-extinção. A classificação de “criticamente em perigo” foi-lhe atribuída pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, publicado em 2005.
Nos últimos anos, usando algumas das metodologias mais recomendáveis para detectar a espécie não foi possível detectar nenhuma população reprodutora, como as duas únicas que actualmente existem na Andaluzia. Das 5 áreas de ocorrência da espécie nas décadas de 1970 a 1990 – Serras Centrais Ocidentais (Malcata-Nisa-S. Mamede)- a espécie poderá ocorrer ainda no “Vale do Guadiana”. Podem existir outros animais, mais ou menos isolados, acantonados ou efectuando tentativas de dispersão que nos será sempre difícil detectar.
Para avaliar as dificuldades de detectar a sua presença, é preciso conhecer as características ecológicas e comportamentais do lince ibérico: apesar de ser grande, um grande gato, tem hábitos discretíssimos, abriga-se em locais pouco acessíveis aos humanos e, nas suas actividades exclusivamente crepusculares e nocturnas, evita o mais possível o contacto com o Homem.
Por isso, qualquer informação sobre a sua ocorrência, depois de devidamente investigada e validada, é sempre um elemento chave. Não há desse ponto de vista informação que possa ser desprezada ou negligenciada. Em 2003, foi descoberto um excremento no Vale do Guadiana, excremento analisado em laboratório e no qual uma análise pericial detectou DNA de lince-ibérico, um indício inequívoco da sua presença que alguns quiseram transformar num motivo de chacota. Foi uma postura muito pouco séria, que não contribuiu para construir a imagem certa relativamente aos esforços de conservação que se exigem para salvar o felídeo mais ameaçado do Mundo.
Fonte: http://www.maotdr.gov.pt/
Reflexão: Esta situação de desconhecimento do estado do Lince-Ibérico pode mesmo ditar o fim da espécie. A meu ver é um dos animais mais bonitos que na Natureza existe. O facto destes últimos esforços serem desvalorizados e motivo de chacota é um motivo de vergonha para os portugueses. Resta ter esperança nos trabalhos feitos na Peninsula Ibérica para devolver às florestas o Lince-Ibérico.
Afinal como está o Lince-Ibérico?
Publicado Tomás Soares Marcadores: Notícias