Prémio Nobel da Medicina 2009

Todos os anos, por volta de Outubro, os nomes dos laureados para os prémios Nobel são anunciados pelos vários comités ou instituições que realizaram essa escolha. Em 2009, como é costume, o primeiro prémio a ser anunciado foi o da Medicina. O galardão foi entregue a um grupo de três cientistas Norte-Americanos: Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak. Esta distinção deveu-se às descobertas efectuadas quanto à protecção dos cromossomas contra a sua própria degradação.


Solucionaram assim uma questão muito importante na Biologia: “Como é que os cromossomas podem ser copiados integralmente durante a divisão celular e estarem ao mesmo tempo protegidos?”. A solução, segundo os galardoados, pode ser encontrada nas extremidades dos cromossomas, correspondendo assim os telómeros e a enzima que os produz, a telomerase. Os telómeros são dispositivos de defesa, formados por proteínas e ADN, que actuam dentro dos cromossomas.


As cadeias de ADN estão contidas nos cromossomas, estando nos topos os telómeros. Após esta identificação, foram capazes de determinar que os cromossomas não se degradam por acção de uma única sequência de ADN nos telómeros.

Quanto este trio de cientistas iniciou as suas pesquisas, não faziam ideia de alguma relação que a enzima polimerase pudesse ter com cancros. Mais tarde vieram a chegar a grandes conclusões, descobriram que o encurtamento dos telómeros está relacionado com o envelhecimento. Esse não é o caso das células cancerosas, que podem ser consideradas como tendo uma vida eterna. Outras doenças herdadas, pelo contrário, são caracterizadas por uma telomerase ineficaz, resultando assim células danificadas. A atribuição do prémio Nobel distingue então a descoberta de um mecanismo fundamental da célula, uma descoberta que tem encorajado o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.

Os cientistas especulam que este processo pode ser a razão para o envelhecimento, não só em células individuais, mas também do organismo como um todo.